De acordo com grande parte dos dirigentes de sindicatos, a reforma trabalhista, que entrou em vigor sem as alterações prometidas pelo governo federal, recebeu comentários favoráveis apenas dos empregadores.
As novas regras, ainda segundo os sindicatos, trouxeram na maioria, as propostas apresentadas pela Confederação Nacional da Indústria, utilizando, inclusive, o termo “modernização” das relações trabalhistas, usado pela CNI.
Reforma Trabalhista: Perspectiva dos Sindicatos e a Contribuição Obrigatória
Após a promulgação da reforma trabalhista, alguns dirigentes sindicais criticaram-na, não aceitando sua adaptação e sugerindo o retorno da contribuição sindical obrigatória.
Os sindicatos recebiam essa verba anualmente, beneficiando suas atividades, mas também incentivando a criação de sindicatos sem benefícios, financiados pelos salários dos trabalhadores.
Veja que
A contribuição sindical obrigatória fez com que o Brasil atingisse a incrível marca de mais de 15 mil sindicatos, muitos deles existentes apenas no papel, denegrindo a imagem daqueles que buscam efetivamente fortalecer a categoria que representam.
Para Alexandre Furlan, presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI, a reforma trabalhista deve harmonizar proteção laboral, sustentabilidade empresarial e competitividade econômica. Portanto, enfatiza a necessidade de uma implementação cautelosa.
Assim, é necessário, a partir de agora, apoiar a inserção da nova lei de maneira sensata, buscando o equilíbrio e a valorização da negociação coletiva.
A reforma trabalhista e os novos rumos do trabalho
Os sindicatos que atuam efetivamente em defesa dos trabalhadores são, atualmente, aqueles que congregam maior número de associados. Essa conquista foi alcançada através da conscientização dos trabalhadores sobre seus direitos e responsabilidades, e o trabalho continua para os dirigentes sindicais envolvidos.
Vale entender que a globalização é uma das principais responsáveis pela reforma trabalhista, que vem ocorrendo também em outros países, como na Argentina, onde se discute atualmente alterações trabalhistas e previdenciárias, muitas delas semelhantes às já adotadas no Brasil.
A reforma trabalhista modificou vários aspectos da CLT, desencadeando controvérsias entre juristas. Ives Gandra Martins Filho, presidente do TST, apoiou a lei, enquanto outros advogados e juízes expressaram críticas e apoio
A reforma trabalhista vai exigir novas interpretações nos sindicatos
Como a reforma trabalhista está entrando em vigora ainda envolta em grande controvérsia, principalmente no meio jurídico, principalmente em razão de preceitos que geram dúvidas de constitucionalidade, todas as questões que envolverem os tribunais exigirão novas interpretações, o que não significa que os magistrados irão se recusar à sua aplicação.
A implementação das novas regras ainda deve demorar alguns anos, já que a reforma trabalhista cria uma nova ordem, totalmente diferente daquela estabelecida pela CLT, que tinha como pano de fundo a proteção do trabalhador, considerado como a parte mais fraca nas relações de trabalho.
Dessa forma
Os magistrados precisam pacificar a jurisprudência. Os dirigentes sindicais devem aproveitar esse tempo para divulgar, informar e conscientizar os trabalhadores.
Por fim
Assim, os próprios sindicatos devem mudar sua posição e, em vez de conflitos, procurar a conciliação entre patrões e empregados, mantendo sua prestação de serviços junto aos associados e procurando fazer com que outros trabalhadores ainda não associados possam garantir sua sustentabilidade nesses novos tempos.